sábado, 13 de novembro de 2010

Amar para sempre é aprender sempre.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Qual o segredo da vida?

Viver e ser feliz.


Viver significa aprender. Ter experiências, sejam elas boas ou ruins... É chorar, sorrir ou até mesmo fazer os dois ao mesmo tempo! É amar, amar a família, os amigos. É gerar vidas, dar valor as pessoas, ser solidário. Ter o coração sempre cheio de coisas boas, idéias novas. É saber aproveitar cada segundo, ter sempre pensamentos positivos e seguir essa regras pra tudo, tudo! Não vale a pena ficar de mau humor, isso não resolve problemas. É pular, dançar, brincar, correr! É fazer tudo que você tem vontade! É fazer as pessoas felizes! É ter Deus no coração... É agradecer todos os dias por tudo que você tem. Viver é aproveitar, é sorrir sem motivo, é ouvir uma boa música, é cozinhar um gostoso jantar e reuniar a família e os amigos...
Viver é tudo isso e muito mais!

E ser Feliz? O que é ser Feliz?

Ser Feliz é saber Viver!

Camilla Seibert

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Em PAZ...

Coração aberto,
Sorrisos soltos...
Tudo voltou ao seu lugar.

Sinto mais sabor nas pequenas coisas,
Sinto que volto a ser eu mesma...
A tempestade passou e nunca se sabe quando voltará.

Cada vez que vai embora, me deixa mais forte,
Com mais vontade de recomeçar.
A vida é cheia de altos e baixos
E quando se está por cima a melhor coisa é aproveitar!

Mesmo que ainda tenha muito a conquistar,
O melhor a fazer é agradecer por tudo estar bem agora.

Dormir no teu colo é o que deixa minha noite mais tranqüila,
E o melhor de tudo é acordar do teu lado e ter um dia inteiro
Para fazer dele o que eu quiser!

No final do dia dizer:
- “Mais um dia!” Porque eu aproveitei, fui feliz e aprendi.

E não: - “Menos um dia!” – Porque não foi em vão, e nunca será,
Só depende de mim.

Camilla Seibert




quinta-feira, 24 de junho de 2010

Recomeçar...


Quero dias mais tranqüilos...
Quero noites mais longas...
Mais copos de vinho...
Mais sorrisos espontâneos...

Quero ouvir mais músicas em alto volume.
Quero chegar tarde e dormir no teu colo.
Quero beijos apaixonados.
Mais abraços apertados.

Quero tempo, muito mais tempo.
Quero aproveitar mais.
Dizer menos não.
Quero mais amigos, ficar mais perto dos meus irmãos.

Quero colo de mãe, conselho de pai.
Quero mais banhos de mar.
Mais comida gostosa na hora do jantar.

Se vierem mais problemas, quero mais paciência.
Se vier dor, quero mais força.
Não tenho medo da vida, tenho medo de não viver.

Quero dar mais valor aos pequenos momentos,
Quero começar de novo e dessa vez ser mais tolerante, menos medrosa e mais Feliz.

Quero que tudo volte a ser como no tempo em que o amor bastava.
Só que agora eu já conheço a estrada e escolhi o caminho.
Quero ser eu mesma, só que diferente.
Quero você mais presente.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Coincidências do destino - Final

Como poderia ter se enganado novamente? As lágrimas de Lívia se misturavam com os pingos da chuva que rolavam em seu rosto. Logo o táxi veio. Ela foi para a casa de sua mãe. Não conseguia acreditar que a noite maravilhosa que havia planejado havia se tornado um pesadelo. Novamente, Elizandra, a moça que acabara com seu namoro com Mathias, havia estragado mais uma vez os seus planos. Isso para Lívia era um aviso para que se afastasse e deixasse essa história acabar completamente.

No colo da mãe Lívia chorava e lamentava o que havia acontecido.

- Volte pra casa minha filha. Fique perto da sua mãe.

- É o que vou fazer mamãe. Não quero mais correr o risco de encontrar Pedro na capital.

- Isso, na segunda, peça suas contas e venha morar aqui conosco.

- Voltarei mamãe, mas prefiro alugar um apartamento, do contrário, nem teria onde colocar todas as minhas coisas...

- Como você achar melhor filha, te ajudarei a encontrar um lugar para você morar.

A segunda-feira amanheceu cinzenta. Lívia estava no ônibus de volta para a capital. Tentava desviar seus pensamentos o máximo que pode.

No escritório, sentou-se para conversar com seu gerente. Explicou a situação sem dar detalhes. O gerente, muito atencioso, aceitou tranquilamente a decisão de Lívia, e ainda indicou o escritório de um amigo que morava em Vale dos Lírios, para que Lívia verificasse a possibilidade de trabalhar com ele.

Enquanto uma outra pessoa era contratada para ficar em seu lugar, Lívia continuou trabalhando umas duas semanas. Rezava todos os dias para esquecer Pedro e para não encontra-lo na rua. Pegava o ônibus na mesma parada. Mas nunca mais o viu.

Três semanas se passaram e estava tudo pronto para sua mudança.

Lívia despediu-se de todos da Empresa. Para ela, era muito triste tomar uma decisão assim, por algo que ela poderia tirar de letra. Mas estava muito sensível, queria ficar perto da mãe, além do mais tudo naquela cidade lembrava Pedro.

Juntou suas coisas sobre sua mesa, e olhou mais uma vez pela janela, onde tudo começou. Agora nem lembranças ela queria. Queria esquecer, e ter uma vida nova ao lado de quem realemente a amava: sua família.

- Mamãe encontrei uma empresa de transportes que fará minha mudança - avisou Lívia, pelo telefone.

- Ótimo querida, encontrei um apartamento na mesma quadra aqui da nossa casa. Já agendei a visita para amanhã à tarde.

- Muito obrigada mamãe. Hoje vou arrumar minhas coisas, amanhã de manhã estarei de volta a Vale dos Lírios.

Estar envolvida com sua mudança, fazia com que Lívia não ficasse pensando no que aconteceu.

De volta a cidade onde nascera, foi visitar seu novo lar. Era um apartamento pequeno, de um quarto, Lívia já podia imaginar suas coisas decorando o lugar. Estava empolgada com a mudança. Era a oportunidade de começar novamente, nada melhor do que mudar de local. Afinal, quando terminou com Mathias, continuou morando no mesmo apartamento e só ela sabe o quanto foi angustiante ter que esquecê-lo tendo às suas volta diversas coisas que o lembravam.

Uma semana se passou e Lívia estava empenhada em organizar sua mudança. Faltava agora instalar o ar condicionado. Procurou na internet o contato das empresas que faziam a instalação. Encontrou a WR Tecnologia em ar condicionados, e fez questão de ligar para a empresa concorrente, assim não correria nenhum risco de ser atendida por Pedro, embora ele trabalha-se na capital.

- Tia Susi, marquei com um técnico para que ele venha até meu apartamento amanhã à tarde instalar o ar condicionado, mas tenho uma entrevista de emprego, será que você poderia vir aqui acompanhar o atendimento, por favor?

- Claro minha querida, pode ficar tranqüila.

Na entrevista tudo ocorreu bem. Dr. Willians contratou Lívia para cobrir as férias de uma funcionária, e isso já servia como tempo de experiência para ela ser efetivada na Empresa.

Muito contente Lívia ligou para a Tia Susi para contar a novidade!

- Que ótimo minha querida, fico muito contente por você! Estou aqui na sua casa, o técnico está aqui fazendo a instalação e acredito que em alguns minutos ele já termina. Vou aguardar você para lhe entregar as chaves.

No ônibus, Lívia pensava no quanto sua vida havia mudado. Agora estava perto de sua família, morando em um lugar diferente, trabalharia em uma nova empresa. Quando lembrava de Pedro, seu coração acelerava. Ela jamais iria se conformar de nem ter sentido o gosto do seu beijo. Mas definitivamente não queria pensar em assuntos do coração, não tão cedo.

Lívia desceu do ônibus e foi caminhando até seu apartamento, agora tudo estava organizado. Seria a primeira noite em que colocaria a cabeça no travesseiro e poderia fazer planos para o futuro.

No apartamento, percebeu que a Tia Susi apenas havia deixado a porta encostada, mas não encontrou as chaves. Imaginou que a Tia estivesse por perto. Muito cansada ela foi tomar seu banho.

Pedro também chorou por muitas noites, por mais difícil que seja arrancar lágrimas sinceras de um homem. Ele não sabia como faria para mostrar a Lívia que Elizandra havia mentido para se vingar por ele ter terminado o relacionamento quando descobriu a traição. Elizandra queria manter os dois relacionamentos ao mesmo tempo. Por Pedro ela sentia uma paixão doentia, queria casar-se com ele. Já com Mathias, era só desejo. Se Lívia fizesse as contas veria que realemente Pedro falava a verdade, o pai do filho que Elizandra esperava era Mathias.

Quando Pedro descobriu a traição, terminou o noivado e disse que nunca mais queria ver Elizandra. Ela pediu perdão e prometeu nunca mais cometer o mesmo erro. Pedro não voltou atrás em sua decisão e acabou saindo de Vale dos Lírios, pois não agüentava mais a insistência de Elizandra para reatar o noivado.

Ele entendia que Lívia estava confusa. Mas queria apenas uma chance de mostrar que estava falando a verdade.

Pedro resolveu deixar o tempo resolver as coisas, se Lívia cruza-se seu caminho novamente ele tentaria conversar, do contrário entenderia que era melhor deixar assim.

No trabalho Pedro encontrava a distração que precisava. Ficou surpreso quando foi avisado sobre a sua transferência para Vale dos Lírios, lá ele iria trabalhar como instalador de ar condicionado na empresa do irmão do dono da WR Tecnologia em Ar conficionados.

Por ironia do destino, atender o apartamento de Lívia estava em sua rota de trabalho naquele dia, mas ele nem imaginava.

Quando foi recebido pela Tia Susi, lembrou-se que havia a conhecido no café da tarde na casa da mãe de Lívia. Mas imaginou que o apartamento era dela.

Quando adentrou o quarto foi impossível não reconhecer a decoração floreada, seu coração bateu forte quando viu as fotos de Lívia espalhadas pelo quarto.

Era a oportunidade que ele tanto sonhou.

Tia Susi ouviu com carinho tudo que Pedro tinha a falar a respeito do que aconteceu. E teve certeza de que Pedro merecia mais uma chance. Deixou as chaves do apartamento com ele e foi para casa.

Pedro saiu a procura de Flores para montar com todo carinho o cenário mais lindo que Lívia pudesse ter visto em sua vida. Ele voltou quando ela ainda estava no banho.

Quando Lívia abriu a porta do quarto sentiu no ar o cheiro das flores. Seu corpo estremeceu por inteiro.

Não havia como ver a colcha da cama, ela simplesmente estava coberta com muitas pétalas vermelhas.

No espelho, escrito com seu próprio batom: “dê mais uma chance a nós dois”.

As pernas de Lívia ficaram bambas, era inconfundível, o perfume de Pedro também estava no ar. Ele saiu de trás da porta com bouque com no mínimo dez tipos de flores diferentes.

Ele o puxou para o abraço forte. Aquele que fazia o corpo todo tremer.

Faça as contas meu amor, eu te falei a verdade desde o início. Há milhões de provas de que nosso destino é ficarmos juntos. Há milhões de provas de que o que eu te falo é verdade. Nossas vidas se cruzam aonde quer que estejamos.

Lívia o olhava com ternura. Não havia mentira nas palavras de Pedro. E não tinha como negar que as coisas sempre aconteciam de forma para que eles sempre se encontrassem.

A tolha que estava enrolada no corpo de Lívia caiu a seus pés. E Pedro a tomou nua em seus braços. Deitou-lhe na cama e cobriu seu corpo de beijos. Por último, tocou seus lábios e a beijou intensamente.

Coincidências ou não, tudo era para acontecer exatamente assim. Lívia e Pedro aprenderam que a vida não era para ser entendida, e sim vivida. Se pararmos para pensar o porquê que cada coisa acontece, deixamos de viver e aproveitar. Se aconteceu, era porque tinha que acontecer. Se parece distante e for para acontecer, pode ter certeza que acontecerá algo inusitado para aproximar.

Se Pedro e Lívia não tivessem sofrido com a traição de Mathias e Elizandra, talvez nunca tivessem a oportunidade de viver este grande amor. Há coisas ruins que trazem coisas maravilhosas para nossas vidas. Coincidências a parte, o destino é recheado de surpresas maravilhosas, de encontros e desencontros, tudo em seu tempo.

Fim...

Coincidências do destino - Parte VI

Pedro olhou discretamente, ele realmente tinha curiosidade em conhecer o tal Mathias.

Ficou analisando o homem alto de cabelos castanhos, e percebeu que a discussão havia parado. O casal agora o fitava, foi quando prestou atenção na mulher que com ele estava, era Elizandra, sua ex-noiva, grávida de oito meses.

Pedro também perdeu a cor. Puxou o carrinho e convidou Lívia para afastarem-se dali.

Pararam no meio de um corredor vazio, perplexo pela coincidência, Pedro contou:

- Lívia, a mulher grávida que discutia com Mathias é minha ex-noiva. Provavelmente deve ser ele o pai do bebê que ela espera.

- Você está querendo dizer que meu namorado estava me traindo com a sua ex-noiva. E você também terminou com ela quando descobriu a traição?

- Exatamente. – confirmou Pedro, também sem entender tamanha coincidência. – Mas não vamos deixar que isso estrague a nossa noite. Felizmente já estamos longe destes dois traidores.

- Claro Pedro. Mathias jamais vai me fazer sofrer novamente. Este pesadelo já acabou. Vamos esperar mais um pouco até que eles saiam do supermercado para pagarmos as nossas compras.

O destino havia reservado diversas coincidências na vida de Pedro e Lívia. Encontraram-se em momentos de suas vidas em que tinham medo de se ferir com outra relação. Mas tudo estava dando tão certo, que nem parecia verdade.

Resolveram não tocar mais no assunto. Talvez outro dia tivessem a curiosidade de conversar e saber como foi a descoberta da traição. E também saber a quanto tempo Mathias e Elizandra mantinham um caso.

Mas naquele dia o que importava é que finalmente iriam ter um momento só para os dois. Após saírem do supermercado foram até a locadora, escolheram dois filmes um romance e outro terror.

- Se você ficar com medo, é só me abraçar bem forte, eu nem vou gostar... – Brincou Pedro.

A casa de Pedro era pequena, mas muito aconchegante. Muito romântico ele logo foi acender o fogo na lareira.

- Venha vou te mostrar a casa. - convidou ele a puxando pela mão.

Decorada ao estilo rústico, a casa era um pouco escura, mas as luminárias nos corredores deixavam a casa iluminada de uma forma mais bonita.

- A casa era dos meus avós, morei aqui durante dois anos.

- É uma bela casa!

- Você tem que conhecer o jardim que tem lá atrás.

- O legal de morar em uma casa, ao invés de em um apartamento é poder ter um jardim.

- Fique a vontade! – Disse ele abrindo a porta da cozinha. – Se precisar de ajuda para a lasanha é só chamar, vou ligar a televisão e arrumar a sala pra assistirmos os filmes.

- Pode ficar tranqüilo, se precisar eu chamarei. – contente ela foi ver nas sacolas os ingredientes.

Só de pensar que em estantes estaria nos braços de Pedro e finalmente poderia matar a vontade de abraçá-lo e beijá-lo a deixava com um frio na barriga. Lembrou-se da primeira vez que o viu, ainda sentia a mesma sensação de antes, só que agora ainda mais intensa.

Pedro ajeitou as almofadas no sofá, acendeu os abajures e fechou as cortinas da sala.

Cozinhar com amor deixa a comia mais saborosa. Lívia sabia fazer uma deliciosa lasanha. Para acompanhar preparou arroz branco e uma salada.

- Vou arrumar a mesa enquanto você termina. – avisou Pedro.

- Já abra o vinho e sirva para nós dois. – Pediu ela.

A comida realmente havia ficado uma delícia. Estava tudo perfeito. Na rua, a chuva começou a cair e deixou o clima ainda mais romântico.

- Desde que via você na parada de ônibus sonhava com esse momento. – confessou Pedro.

- Já que você confessou, vou te contar um segredo. Eu também cuidava você da janela do escritório, aos sábados, quando você visitava o escritório onde trabalha a Laura. Desde antes de derrubar café no seu casaco! – contou ela, rindo da situação.

- Sério! Mas como foi se interessar por um cara tão sem graça como eu...

- Ah, não se faça de coitadinho! – disse ela puxando-o para um abraço. - Quero sentir teu cheiro bem de perto.

- Como é bom te abraçar sem pressa de largar... Disse ele aconchegando-a em seus braços. – Vem, vamos para o sofá, vou colocar o filme, qual você prefere?

- Pode ser o romance. Já que estamos no clima.

Lívia aconchegou-se entre as almofadas, sentia como se estivesse no melhor lugar do mundo. Sentia a sensação de que coisas maravilhosas iam acontecer naquela noite especial.

- Pedro aproveite e sirva sorvete para nós!

Distraída, Lívia assustou-se quando ouviu baterem na porta da sala.

- Quem será? – perguntou ela?

- A está hora, deve ser a Sra. Anita, ela sempre vem ver como estou quando chego de viagem, era amiga da minha avó. Receba ela enquanto sirvo a nossa sobremesa.

- Sim. –Confirmou Lívia dirigindo-se a porta.

- Sou Elizandra, noiva do Pedro. Você nem imagina com quem está lidando. Pedro me abandonou grávida. Não quis assumir o filho, me conquistou, fez de tudo para ficar comigo, me usava, só queria meu dinheiro, chegou a noivar comigo e prometer mil coisas e depois que soube que eu estava grávida terminou tudo e me mandou embora. – Elizandra dizia, quase gritando.

- Mas o filho que você espera é do Mathias! - Disse Lívia, sem acreditar no que acabara de ouvir.

- Logo que isso aconteceu, conheci Mathias, já estava grávida, foi bem no início e consegui o fazer acreditar que o bebê era dele. Mathias também mudou comigo desde o início do relacionamento. Estávamos discutindo quando te vi com ele, os dois felizes, no supermercado, fiquei com tanta raiva de tudo que resolvi te contar toda verdade. E pelo que sei, ele até já tem outro filho que também renegou, e é isso que ele vai fazer com você.

- Não acredito... – disse Lívia transtornada, sem saber o que fazer.

Pedro chegou à porta e não entendeu o que estava acontecendo.

- Você me mentiu. – disse Lívia com lágrimas nos olhos.

- Como assim te menti?

- O filho que essa moça espera é seu. Precisa dizer mais alguma coisa?

- Lívia essa mulher é louca, só infernizou a minha vida...

- Não quero, nem preciso de explicações. Afinal, eu nunca vou saber se está falando a verdade ou não.

Elizandra olhava atenta, mas nada mais falou depois que Pedro chegou à porta. Com as duas mãos na barriga de oito meses, simplesmente virou as costas e saiu.

- Um táxi, por favor. - disse Lívia ao telefone, passando o endereço.

- Deixe-me entender? O que ela te falou? Não estrague nossa noite por uma besteira.

- Não precisa. Eu já me machuquei de mais. Sabia que este “conto de fadas” ia acabar assim. Tudo perfeito demais, nem um beijo me deu. Fez de tudo pra me prender a essa situação, para ter o que queria e depois me largar.

- Eu jamais faria isso com você. Tinha tanto medo de me magoar com essa relação quanto você.

- Agora ninguém mais se magoar, com relação nenhuma, principalmente com a nossa, que afinal nunca existiu. – Lívia saiu e bateu a porta.

Coincidências do destino - Parte V



- Pedro! – que ótima surpresa, pensou, enquanto dirigia-se ao carro.

- Vi que perdeu o ônibus e pela hora que é, deve estar atrasada!

- É, estou sim, perdi a hora...

- Sorte sua eu estar passando aqui a esta hora... E eu queria mesmo falar com você. Nesta quinta-feira, véspera de feriado, estarei indo para Vale dos Lírios, gostaria de saber se você deseja ir junto para visitar sua família?

- Seria ótimo, eu estava mesmo pensando em fazer esta viagem!

- Perfeito então, vou sair à noite, após o trabalho, acho mais tranqüilo viajar a esta hora.

Como resistir àquele convite? Praticamente impossível. Lívia ficou empolgada com a viagem. Devido ao feriado, teve que adiantar o serviço no escritório e isso fez com os dois dias que faltavam para a viagem passassem voando.

Na quarta-feira a noite havia arrumado as malas. Separou suas roupas preferidas e alguns casacos mais quentes, devido ao clima frio de Vale dos Lírios. Avisou a mãe sobre a visita pelo telefone. Todos ficaram empolgados para conhecer Pedro, o novo “amigo” de Lívia.

Pedro tocou a campainha e Lívia não demorou a abrir a porta. Ela já o aguardava ansiosa.

- Você está linda! – Disse ele puxando-a para um abraço. Aquele abraço que a fazia estremecer dos pés a cabeça.

- Obrigada! – porque ele fazia isso? Pensou ela, nenhum amigo a cumprimentava assim. Será que era uma tática de conquista? Pois ele estava no caminho certo.

Pedro estava perfumado, bem arrumado, “um príncipe”, pensava Lívia.

- Esta “pequena” mala que você vai levar? – brincou ele pegando a mala de tamanho avantajado.

- Sim! E isso que eu tirei algumas roupas de última hora...

- Mulheres... Você deve amá-las, não entendê-las...

“Amá-las”? Muito sugestivo, ele gostava de deixar as coisas no ar. Lívia ficava sem jeito de pedir explicações.

No carro, Pedro colocou músicas agradáveis, que Lívia também adorava. Aproveitaram a viagem para conversar mais um pouco. O assunto agora era suas famílias. No caminho, o tempo fechou e a chuva começou a cair. A noite estava fria e Lívia colocou sobre os ombros o casaco que trouxera na bolsa.

No meio do caminho, pararam para tomar um café.

- Tenho uma casa no centro da cidade. Vou posar na casa dos meus pais hoje, mas amanhã à tarde vou pra lá. Podemos nos encontrar lá à noite e assistirmos um filme. – Sugeriu Pedro.

- Ótima idéia! Podemos comprar algumas coisas, que eu mesma preparo um jantar para nós!

- Claro, será ótimo! Está combinado então. Pego você na casa da sua mãe à tarde.

A viagem foi tranqüila, até piadas Pedro contou! Apesar de o clima entre os dois estar esquentando cada vez mais, não havia rolado nenhum beijo, e nenhuma aproximação além dos abraços apertados. Pareciam estar esperando o momento certo, e fazendo vários testes para ver se haviam chances de acabar magoando-se com o outro.

Pedro deixou Lívia na frente da casa da Sra. Mirian, reforçou sobre o encontro do dia seguinte e seguiu para a casa de seus pais, distante algumas quadras. Como era tarde, todos já haviam se recolhido, mas quando a campainha tocou, todos saíram da cama para receber Lívia, que há meses não aparecia. Após a recepção calorosa, sentaram-se na sala para conversar.

- E então Lívia, onde está Pedro? Estamos ansiosos para conhecê-lo! – Questionou tia Susi.

- Pois é minha filha, estou curiosa para conhecer seu novo namorado!

- Ainda não é namorado mamãe! Mas amanhã tenho um encontro romântico, quem sabe terei novidades para contar para vocês!

Rever a família estava sendo ótimo, mas Lívia estava com o pensamento voltado para o fim do dia. Visitou alguns amigos, que moravam nas casas visinhas, foi com a mãe fazer compras e passeou pelo centro de Vale dos Lírios. Poucas coisas haviam mudado na cidade onde Lívia crescera, as folhas caídas no chão da calçada deixavam o cenário ainda mais bonito e a faziam lembrar das manhãs de outono que seu pai a levava para brincar no parque. O almoço com a família foi divertido.

Lívia impressionou-se com Lorenzo, o irmão mais novo, já não era mais um menino, inteligente, com a voz mais grossa. Lívia o elogiou por ter se tornado um rapaz educado.

- Cuide bem da mamãe, você é o homem da casa agora! –recomendou a irmã mais velha.

A mesa estava farta, era praticamente um café colonial, especialmente para Pedro.

Ele chegou no horário marcado. Surpreendeu-se com a recepção calorosa da família de Lívia.

- Seja bem vindo Pedro. – Saldou a Sra. Mirian.

- Obrigada! É um prazer conhece-la!

Conversaram e riram muito enquanto saboreavam as delícias do café da tarde. Logo, Pedro e Lívia saíram para fazer as compras para o jantar.

- Adorei sua família, são muito divertidos, me senti em casa!

- E pode ter certeza de que eles também gostaram de você!

- O que faremos no jantar? – Questionou ele.

- Minha especialidade é lasanha. – Sugeriu Lívia.

- Seria ótimo, mas não quero dar trabalho a você...

- De maneira alguma, em uma hora preparamos tudo, se você me ajudar!

- Claro, será um prazer!

Compraram também um vinho tinto para acompanhar. Ambos sabiam no que este jantar iria acabar, mas não tinham pressa. Simplesmente deixaram tudo acontecer no seu tempo. Afinal, era algo que os dois haviam aprendido: “tudo em seu tempo”, “o que for para acontecer, vai acontecer”.

- E de sobremesa, chocolate ou sorvete?

- Os dois! – respondeu Pedro – essa noite é especial, temos direito a todas as delícias possíveis!

O carrinho estava cheio de coisas boas. Pensaram em cada detalhe, inclusive nas pipocas doce e salgada para comerem durante o filme.

- Temos que passar na locadora!- Lembrou Pedro.

Quando foram para fila, perceberam que um casal discutia na fila do caixa ao lado. Quando Lívia olhou discretamente para o casal, rapidamente virou-se de costas. Sua fisionomia feliz rapidamente foi tomada por um pavor, um susto repentino do qual ela não esperava.

- Você está bem Lívia, o que foi? – Pedro não havia prestado atenção no casal que discutia.

- O casal ali no caixa ao lado - disse ela apontando para o caixa prioritário para gestantes. - O homem que está discutindo com a mulher grávida é Mathias, meu ex-namorado.

Coincidências do destino - Parte IV

- Olá! Entre, fique a vontade. – Disse Lívia com um doce sorriso.
- Olá Lívia, como está? – Respondeu ele também sorrindo.
- Tudo ótimo! – melhor agora, pensou. – Pode deixar seus materiais em cima da mesa.
- Que apartamento aconchegante. – comentou ele, observando a decoração.
- Sempre quis em ter o meu cantinho e decora-lo a meu gosto.
- Isso é legal. Sabe Lívia, quando te vi sabia que você não era estranha. Aquele dia você me passou seu endereço no papel, mas eu guardei no bolso e nem olhei. Só hoje, quando o peguei para vir pra cá que percebi a coincidência. O escritório da Empresa, fica da rua ao lado do seu prédio, perto da parada onde você pega o ônibus para ir trabalhar todos os dias. E frequentemente eu via quando você ia para a parada!
- Sério, nunca percebi! – disse ela, envergonhada, será que ele ficava lhe observando há tempos? Sim, há tempos...
- Pois é, sou bom de memória viu? – disse Pedro, enquanto procurava suas ferramentas na maleta.
Segura de que não havia passado despercebida pelos olhos de Pedro. Lívia chegou a pensar se da parte dele também haveria surgido algum interesse a mais.
Naturalmente ela abriu a porta do quarto para que ele entra-se com o ar condicionado nas mãos.
Pedro sentiu o cheiro doce do perfume de Lívia estava em todo o quarto. Ele realmente havia sentido algo a mais por ela. Dificilmente ele sairia de casa depois de um dia cheio e cansativo para mais umas duas horas de trabalho. E não era difícil de interessar por uma mulher como Lívia. Tinha cabelos longos, lisos, com mexas loiras, olhos castanhos, boca bem desenhada e um corpo perfeito, no auge de seus vinte e seis anos.

Enquanto ele fazia a instalação, Lívia sentou-se em uma poltrona que ficava ao lado do ropeiro. Não houve um minuto sequer de silêncio. Conversavam como se fossem velhos amigos. Ela o observava enquanto conversavam. Sentia vontade de abraçá-lo forte. Queria receber um carinho, um afago em seus braços.
Mas as palavras trocadas eram de amizade. De amigos que estavam se conhecendo e contando mais da vida um do outro.
Diante disso, ela se sentiu mais a vontade para perguntar por que ele saiu de Vale dos Lírios.
- Desilusão amorosa. – respondeu ele.
- Sei bem como é. Tive uma também há meses atrás.
- Mas o tempo passa e cura tudo. Sei que ainda vou encontrar uma mulher que mereça meu carinho.
“Eu!” - quase disse, mas pensou antes de falar.
- Com certeza, também penso assim. – o telefone tocou e interrompeu a conversa que ia tomar um rumo diferente. – um momento, vou atender.
Dona Mirian queria saber notícias da filha. Lívia contou a novidade sobre o ar condicionado e resumiu os últimos acontecimentos da semana. Na vida de Lívia não acontecia nada de muito interessante nos últimos dias. Mas a chegada de Pedro em sua vida podia-se comparar a uma comida que levava apenas sal e num belo dia ganhou um novo tempero.
O fato de aguardar os dias para vê-lo novamente a deixava entusiasmada. Mas depois da instalação. Como poderiam se encontrar novamente?

- Ficou perfeito! – o clima do quarto realmente havia ficado agradável.
- Que bom que gostou!
- Aceita um petisco? – ofereceu Lívia, uma bandeja com deliciosos salgadinhos que acabara de esquentar.
- Vou aceitar, realmente estou com fome.
- Vou servir um refrigerante pra nós, sente-se. Ofereceu Lívia, apontando o sofá da sala.
Pedro a observava encantado. “Quais seriam seus defeitos” – pensava ele. Parecia tão perfeita. Provavelmente estava buscando ser feliz, não queria entrar em um relacionamento para ficar discutindo coisas banais todos os dias... E era isso que ele procurava. Mas, ele achava que ainda não era a hora de demonstrar isso a ela. Pra não parecer que era algo momentâneo. Ele preferiu aproveitar que eram amigos para conversarem e descobrirem mais sobre outro.
Há tempos ambos não riam tanto, nem contavam tanto sobre suas vidas. Eram muitas as coincidências. Nos gostos, nas desilusões amorosas e nos planos para o futuro.
- O papo está ótimo, mas tenho que ir, afinal amanhã ainda é quarta-feira.
- Certo, - disse ela pegando o cheque que já havia preenchido. - Agradeço pela hora extra, especial pra mim... – a frase ficou com duplo sentido, mas ela não se importava mais...
- Foi um prazer e muito divertido.
Esperando que ele apenas apertasse sua mão ou lhe desse um beijo no rosto, Pedro a puxou para um abraço apertado.
Ela correspondeu e recostou a cabeça em seu peito. O conforto a fez fechar os olhos, como se estivesse em seu travesseiro, na cama para dormir. Mas durou apenas quatro segundos.
- Espero que esse seja o início de uma grande amizade. – Sugeriu Pedro.
- Eu jamais quero perder a amizade de alguém que tem tanto a ver comigo.
- Tenha uma ótima noite no seu quarto aquecido artificialmente! Qualquer coisa me liga, tens meu cartão, não é?
- Tenho sim, pode deixar... - disse ela sorrindo.

Nos primeiros dias, ela relembrava o abraço antes de dormir. Como seria bom receber um abraço assim todos os dias. Não haviam deixado nada marcado, mas o fato de ele citar que ela poderia ligar se desejasse, deixava o caminho aberto para marcarem um novo encontro.
Sábado chegou e Lívia pensou em fazer a ligação. Mas antes disso, sua tia Susi ligou avisando que viria passar o final de semana.
Com o coração apertado de saudades de Pedro, Lívia disse a tia que adoraria receber a visita, afinal não havia como dizer não.
Pedro levava o telefone onde quer que fosse. Aguardando a ligação. Chegava a atender com voz de desânimo quando o telefone tocava e ele via que não era Lívia.
O final de semana passou, Lívia e a tia Susi se divertiram muito no apartamento, comendo pipoca e olhando filmes. Lívia descreveu passo a passo tudo que acontecera desde que conheceu Pedro. Susi ficou empolgada em ver que a sobrinha estava abrindo espaço para um novo amor.
Na segunda-feira Lívia chegou à parada e ônibus no mínimo meia hora antes, mas Pedro não estava no escritório da Empresa. O ônibus logo veio e ela chegou mais cedo no trabalho. Organizou suas coisas o mais rápido que pode e procurou sem sucesso o cartão de Pedro. Não estava na gaveta onde havia deixado, nem em nenhuma das outras, não estava na bolsa, nem em nenhum outro lugar. Quando chegou em casa também procurou em todos os lugares possíveis, mas não achou.
“Será que é um aviso? Talvez não seja pra eu ligar...”, pensava ela - desanimada, foi dormir, e nem lembrou de colocar seu celular para despertar.
Quando abriu os olhos Lívia viu que estava mais claro que o normal. Olhos no relógio e percebeu o atraso. Levantou correndo, e fez em dez minutos o que fazia em quarenta.
Chovia tanto que as ruas estavam alagadas, e menos de um minuto já estava com os pés molhados. Antes de dobrar a esquina para chegar à parada viu ônibus partindo. Tentou gritar e acenar, mas não adiantou. Iria chegar com pelo menos uma hora de atraso no trabalho, baixou a cabeça, sacudindo-a negativamente:
- Só falta agora eu pegar um resfriado por ficar com os pés molhados todo este tempo.
- Quer uma carona moça? – Disse Pedro, com o vidro do carro aberto apenas alguns centímetros.

Coincidências do destino - Parte III

- Sim, lembro!- respondeu com voz trêmula. – Tudo bem? sou Lívia.
- Muito prazer Lívia, aquele dia não tive a oportunidade de perguntar seu nome!
Contente por ele ter lembrado, ela deixou escapar um sorriso, convidou-o pra sentar e começaram uma conversa descontraída.
Enquanto ele falava sobre a empresa a qual representava, Lívia o observava, sua voz era agradável com uma música predileta. Seus olhos eram verdes e brilhantes.
- Gostaria de fazer um orçamento?- Questionou Pedro.
- Vamos fazer Sim! Depois encaminho para o setor responsável analisar.
Inteligente, educado, bonito... Ela não parava de ver qualidades. Não quis se punir por estar pensando assim, pois desta vez ele que veio ao seu encontro.
- Sábado passo aqui às quatro horas para ver se já tens alguma resposta. – Avisou Pedro.
E ele ia voltar. Sem que ela precisa-se chama-lo.

Lívia checou suas correspondências, e verificou que a tão esperada carta de sua mãe havia chegado. Mesmo com os tempos modernos a Sra. Mirian ainda optava por escrever cartas para contar as novidades.
Quando Lívia tinha vinte e três anos mudou-se para a capital para estudar e trabalhar. Desde então, visitava a mãe nos feriados, mas mantinha contato por telefone e recebia suas cartas uma vez por mês. Além da mãe, deixará na cidade um irmão mais novo e sua tia Susi, a famosa amiga, conselheira.
Após ler a carta, sentiu-se mais tranqüila por saber que estava tudo bem com os familiares. Depois da morte de seu pai, Lívia sentia-se responsável pela família, por ser a filha mais velha.

Foi uma semana tranqüila de noites abafadas e tardes quentes. Um bom motivo para que o orçamento de Pedro fosse aprovado. Mas, para a surpresa de Lívia, a compra não fora aprovada por falta de verba. Sugeriram que aguardassem em torno de dois meses para que uma verba fosse destinada a tal compra.

O sábado chegou, e ela não sabia como dar a notícia a Pedro. Para ele seria normal, na área de vendas é assim, ele estava acostumado. Mas para Lívia, seria o fim dos encontros casuais com o rapaz.

No horário combinado, lá estava ele. Com seu uniforme e sua pasta. Um sorriso no rosto, que não sumiu, mesmo depois de receber a notícia. Com medo de acabar a oportunidade de ver e falar com Pedro, quase que instantaneamente, Lívia sugeriu:
- Gostaria de fazer um orçamento com você. Estou precisando de um ar-condicionado em meu apartamento. – Ela mal pensou antes de falar. Quanto custaria? Será que entraria em seus orçamentos... Agora era tarde, ela já havia mencionado o interesse.


- Claro! Tenho uma ótima promoção pra você! Esses dias um cliente fez uma compra e desistiu na última hora. Mas, como eu já havia feito o pedido, não pude cancelar. Tive que pagar do meu bolso. Está novinho, na caixa. Faço um preço especial e ainda instalo no seu apartamento!
- No meu apartamento? – Repetiu ela, a pergunta óbvia.
- Sim, para ser mais cômodo para você.
- Ótimo! – Respondeu ela, imaginando à proporção que está história estava tomando.
Tudo ficou de acordo com as possibilidades de Lívia. Inclusive ela teria condições de pagar à vista. O fato de ter começado a trabalhar muito nova, a tornou uma mulher responsável e bem organizada com as finanças.
- Caso não queira esperar até sábado, estarei livre noite de terça-feira.
- Acho ótimo, as oito já estarei em casa. – lembrou ela.
- Perfeito, me passe seu endereço e algumas referências... Mudei-me há pouco e ainda estou conhecendo a região.
- Certo. – Disse ela pegando papel e caneta na mão. – De onde você é?
- Sou da cidade de Vale dos Lírios, mas nasci em...
- Você também é de lá! – interrompeu Lívia – minha família é de lá também!
- Que coinecidência! Adoro aquela cidade, mas fui transferido para cá, e o trabalho fala mais alto. Mas foi no momento certo. Eu realmente queria sair de lá.
Mesmo estando muito curiosa, Lívia não quis arriscar perguntar o porquê, ainda não tinha intimidade o bastante para tanto.
De qualquer forma estava marcado. Um novo encontro, uma nova chance de vê-lo. Só que agora era em seu apartamento.

Lívia subiu as escadas correndo para não perder tempo. Não ia se arrumar como se fosse a um encontro, para ele não perceber seu entusiasmo. Mas, queria pelo menos tomar um banho e trocar a roupa de trabalho.
“- Tenho que parecer natural”- pensava ela estrategicamente para não deixar transparecer seu interesse. Ligou a televisão e foi colocar no micro alguns petiscos que havia comprado para oferecer a ele.
O apartamento de Lívia era pequeno, mas delicadamente decorado. Flores no papel de parede, nos detalhes dos abajures, nos quadros, nas almofadas. Todas coloridas, eram margaridas, rosas, lírios, orquídeas, astromélias... Um pequeno jardim sem perfume. Se ela tivesse mais tempo, com certeza colocaria vasos com flores naturais para perfumar a casa.
No quarto, a cama era de casal, desde que Mathias, seu ex-namorado, começou a visitar seu apartamento com mais freqüência. O namoro durou cerca de quatro anos, eles se conheceram quando Lívia ainda morava em Vale dos Lírios. Eram muito apaixonados no começo, mas com o passar do tempo, Lívia começou amar pelos dois. Quando Lívia mudou-se para a capital para trabalhar, as coisas ficaram mais complicadas, eles se viam nos finais de semana e nos feriados. Porém, a distância fez com que ele fosse carinhoso e aproveitavam mais o tempo juntos. Lívia imaginava seu futuro ao lado dele, pensavam em ter filhos e formar uma família. Ela o amava de verdade e aprendeu a conviver com seus defeitos e diferenças. Chegaram a marcar a data do noivado, estava tudo certo para Mathias conseguir transferência da Empresa que trabalhava para a filial que ficava na capital. E assim poderiam morar juntos e acabar com a distância. Porém dias antes de trocarem as alianças veio a decepção. Lívia descobriu que Mathias mantinha um caso com outra mulher em Vale dos Lírios. E que a mesma estava grávida de três meses, é o pai era Mathias.
Lívia resolveu se afastar. Durante muito tempo chorava todas as noites. A distância da família piorou a situação. Mas, com o tempo, ela foi se dando conta de que ainda tinha muita vida pela frente, se dedicou ao trabalho e aos estudos. Porém, o medo de se apaixonar e sofrer novamente, não a deixava se aproximar das pessoas e tentar ser feliz novamente.
Eram oito e meia da noite quando o carro de Pedro estacionou na frente do prédio. Lívia ficou observando, como da primeira vez que o viu, enquanto ele pegava suas coisas no carro. Ele não estava de uniforme, nem com sua pasta. Parecia que ia a um encontro. Lívia correu e trocou a roupa despojada que havia colocado, por um vestido e uma sandália de salto baixo.

Coincidências do destino - Parte II

Laura era uma mulher linda. Por certo deveria freqüentar alguma academia, ou algo assim, pois escondia muito bem a idade que tinha. Parecia muito amigável. Então Lívia aproveitou que havia um lugar disponível na mesa, para sentar-se ao lado da morena de sorriso jovial.
- Com licença, sou Lívia, do escritório de contábil...
- Sim, claro! Sou Laura, muito prazer! Vejo você todos os dias, mas o tempo é tão curto que nunca paramos para conversar!
- É verdade! Posso lhe fazer companhia, assim teremos tempo de conversarmos um pouco!
- Claro! Será ótimo!
Laura foi tão amigável, que Lívia sentiu-se culpada por ter se aproximado simplesmente para ter informações do suposto rapaz. Mas a conversa estava ótima, Laura era divertida e cheia de assuntos interessantes.
- Hoje pela manhã, encontrei um moço que estava a sua procura. - comentou Lívia, arriscando saber algo mais.
- Ah sim, deve ser o Pedro. Eu acabei dormindo demais, e me atrasei. Sabe, estou indo dormir muito tarde. Então cada minuto a mais para dormir é precioso!
“Pedro” era nome dele. Será que era amigo, prestava serviços para o escritório de advocacia onde Laura trabalhava ou que sabe até namorado dela.
Laura já havia mudado de assunto, então Lívia não entrou em detalhes, para não deixar transparecer seu interesse.
- Vamos indo Lívia, nosso tempo acabou! - convidou Laura - Que chegue logo o final da tarde! Tenho muito que fazer em casa!
- É verdade, essas tardes de verão são tão longas e tão quentes, me dá um desânimo!
- Sorte que o Dr. Germano resolveu finalmente concertar o ar condicionado da minha sala. Espero que o Pedro retorne à tarde para resolvermos finalmente esta novela!
Então era isso. Finalmente o que ela precisava saber e sem muito esforço!
- Que ótimo!- exclamou Lívia. Como estamos trabalhando no prédio há apenas três meses, ainda não tivemos tempo de organizar tudo, em breve, acredito que colocaremos um ar condicionado também!
- Depois te passo o cartão do Pedro, ele é o vendedor, você pode pegar orçamentos com ele. Marque uma visita, ele costuma visitar está região aos sábados!
“Eu sei”, pensou Lívia. Mas só agradeceu a nova amiga e voltou para o trabalho. Agora com a cabeça cheia de pensamentos. Namorado de Laura ele não era. Mas se ela entrasse em contato com ele, estaria dando o primeiro passo. E ela estava firme com sua promessa de não correr atrás do amor. Mas sim, deixa-lo entrar em sua vida por acaso.

A tarde parecia se arrastar. Por ser sábado, Lívia não tinha uma demanda de trabalho tão grande quando a de durante a semana, e isso fazia o tempo demorar ainda mais para passar.
Resolveu verificar sua caixa de e-mails, e distraiu-se lendo algumas mensagens. Eram quatro da tarde, ela olhou para a janela e depois de três sábados seguidos era o primeiro que Pedro não aparecia.
Voltou de seus pensamentos quando a porta se abriu e uma brisa leve entrou na sala. Junto com a luz do sol que deixava aquela tarde exageradamente quente. E ele entrou segurando sua pasta e na outra mão um cartão de visita.
- Olá, lembra de mim? Sou Pedro, da WR Tecnologia em Ar condicionados!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Coincidências do destino

Discretamente ela olhou pela a janela, e viu que ele ainda estava no mesmo lugar. Com seu uniforme e sua pasta. De longe não dava para ver o que dizia no crachá. Ele aparecia toda semana, no mesmo dia e na mesma hora.
Ela ainda o observou por um minuto, até que ele se despediu do guarda e saiu.
Faziam três sábados que ela o espiava pela janela, e se encantava com seu jeito de andar. Quando ouvia a voz dele, ela era capaz de sentir um frio na barriga, aquele que sentimos quando estamos nos apaixonando... Isso a fazia sentir medo. Mas ela achava que era só porque ele era bonito, tinha olhos verdes e uma voz encantadora.
Porque será que ele fora há três sábados seguidos no escritório ao lado? Onde será que ele trabalhava?
Durante os três meses em que estava trabalhando como secretária naquele escritório, não tinha o visto antes, nem em nenhum outro lugar.
A semana estava passando e ela se deparou contando quantos dias ainda faltavam para sábado.
Isso a fez sentir medo novamente. Porque ela lembrou o quanto havia sofrido meses atrás. Decidiu que não valia a pena continuar esperando o sábado chegar. Da última vez que sofrera por amor, resolveu não mais se apaixonar. E sim deixar que o amor entrasse em sua vida por ele mesmo. Tentou o máximo que pode ocupar seus pensamentos com outras coisas, e enfim conseguiu.
O trânsito não estava a seu favor naquela manhã. Lívia havia acordado com uma leve dor de cabeça, mas isso não era o bastante pra tirar seu bom humor.
Pegou seu café, seu combustível para um dia cheio. Olhou no relógio, dez minutos de atraso.
Perdida em seus passos rápidos, não deu tempo de desviar de um rapaz que vinha em sua direção, também distraído. Acabaram trombando-se no meio do corredor.
- Desculpe! – disse ela envergonhada!
- Não foi nada! – respondeu o rapaz, limpando as gotas de café que viraram em seu casaco.
Lívia ficou tensa quando percebeu que era o rapaz que ela via pela janela todos os sábados.
- Você trabalha aqui? – questionou ele?
- Sim, no escritório ao lado. – respondeu Lívia com sua voz tremula.
- Estou procurando por Laura, mas acho que ela ainda não chegou.
- Ah, sim! A conheço de vista, almoçamos no mesmo lugar!
- Bom, de qualquer forma, volto mais tarde! Obrigada!
- Certo, desculpe por minha distração!
- Que isso, tenha um bom dia! – disse ele, acenando com a mão.
Lívia entrou no escritório com um sorriso nos lábios. A dor de cabeça havia passado.
Ela olhou para a janela, e teve certeza de que teria um sábado maravilhoso pela frente.

Amanhã tem a Parte 2... Aguardem!

Beijos!


quinta-feira, 4 de março de 2010

Seja Bem Vindo(a)!

Quem me conhece há tempos sabe que sempre gostei de escrever...
Com o passar dos anos, fui ficando sem tempo de fazer meus rabiscos.
Eram todos feitos a mão. Na época eu nem tinha computador. Meus amigos trocavam os pequenos cadernos de 48 folhas como se fossem livros! Eu adorava! Só que infelismente eles não voltavam pra mim... Perdi todos... Se alguém souber do paradeiro de algum deles será maravilhoso!

Agora, deixarei postado aqui todas as minhas "estórias", crônicas, textos, frases...
Espero que seja do agrado de todos!
Não deixem de ler e comentar!

Agradeço pelo carinho de todos que me apoiaram a recomeçar...

Agradeço a Deus pela vida e pelas maravilhosas oportunidades!