sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mãe


Eu nunca me senti sozinha, pois mesmo longe, o telefone tocava e era você perguntado se eu coloquei bastante roupa porque ia fazer frio.
Eu nunca tive medo de arriscar quando você dizia "faça", pois sabia que você sempre saberia o que seria melhor para mim.
Entendo todos os teus medos, os teus "nãos", tuas preocupações. Tudo que fizeste, foi pensando no meu bem, na minha felicidade.
Foi pensando nessa felicidade também, que você sempre apoio meu namoro, noivado e casamento, pois sempre enxergou o que eu realmente sentia e sempre dizia: - "Não adianta ficar longe de quem você ama. E você ama de verdade."
Mãe, eu lembro quando eu acordava com frio e você levantava de madrugada só para nos tapar.
Lembro-me de quando eu acordava e pedia: - Mamá!, logo você colocava a mamadeira na minha boca e eu mamava e dormia de novo.
Você comprava um sanduíche pra mim e outro pra Kellen na Cacilda, todos os dias, para comermos no recreio, com certeza ela também lembra.
Tudo que você fazia era pensando na gente.
Eu lembro de tanta coisa, e são só lembras boas, bonitas. Não existe mágoa, tristeza, só coisas lindas, marcantes.
Mãe, você sempre torceu por mim e comemorou comigo as minhas vitórias.
Chorou comigo de tristeza e de felicidade. Sempre deixou claro o orgulho que sentia de mim e isso sempre me fazia buscar cada vez mais conquistas pra te deixar mais contente.
Nunca tivemos uma briga se quer, nossos diferenças foram sempre de opiniões, mas nunca trocamos palavras de rancor, sempre nos respeitamos muito, e nos tratamos com muito amor.
Tenho um orgulho sem tamanho em poder dizer que és minha mãe. Você é companheira, amiga. Sabe valorizar as pequenas coisas, sabe que são delas que obtemos a verdadeira felicidade.
Mãe, você e o pai construíram uma família simplesmente perfeita. Todos nós nos amamos incondicionalmente, somos saudáveis, ajudamos uns aos outros e mantemos este laço de ternura sempre forte, unido.
Mãe, sempre disseste que teu maior presente é ter a família sempre ao lado. Digo o mesmo, sem nenhuma dúvida.
Nos dias em que não nos falamos, é como se alguma coisa faltasse, por isso as vezes ligo apenas para desejar-lhe uma boa noite e assim durmo tranquila.
Peço a Deus todos os dias, que lhe dê muita saúde e alegrias. Agradeço-Lhe por essa Mãe tão maravilhosa, tão perfeita que tenho. Você é uma grande pessoa, e tenho certeza de que todos que te conhece diriam a mesma coisa, pois você é especial, você é única, verdadeira, simples e ao mesmo tempo fascinante. Te reconheço pelo jeito de andar, teu cheirinho e pele macia.
Te amo de todas as formas que se pode amar uma pessoa, por todos motivos incontáveis.
Tudo que sou devo a ti, foi de ti que vim, e contigo aprendi a amar.
Não existem palavras possíveis de explicar tudo que sinto, mas eu sei que você sabe mesmo sem eu falar, pois você me conhece mais do que eu mesma.
Obrigada, obrigada, mil vezes obrigada, por tudo, por você existir e ser como é, exatamente como é, sem precisar mudar nada, nada, é perfeita assim pra mim, és tudo, és única.
Obrigada pelo pai que escolheu pra mim, ele é um grande homem, quem nos ama e nos quer tão bem . Obrigada pelos maravilhosos irmãos que me deste, com eles caminharei de mãos dadas pela vida inteira.
Parabéns por ser esta esposa amorosa, vó carinhosa, és também uma amada tia, amiga, sogra, cunhada, prima, irmã, pois todos te amam Mãe,todos!
Estarei sempre do teu lado.
Obrigada por tudo. Te amo Luiza.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tudo em seu tempo



Muitas pessoas optam pela vingança. Optei apenas por deixar o destino se encarregar de fazer a coisa certa e aguardei anos por este momento. No início, confesso que foi difícil, mas depois vi que o que fizeste não teve um resultado negativo em mim. Pelo contrário. Hoje, sou uma pessoa mais forte, mais segura. Posso reconhecer de longe quem são os amigos verdadeiros que tenho ao meu redor.
Enfim, não sujei minhas mãos, não rebaixe-me ao nível, nem perto. Ignorei. E depois de tanto tempo, vi você, nada senti, mas percebi que me olhava, enquanto eu ria e dançava completamente feliz. Você eu não sei, mas não pareceu-me contente com seus quilos a mais e companhia sem graça. Cada um colhe o que planta, ninguém precisa se preocupar em acabar com a horta dos outros.
De certa forma deveria até agradecer-lhe por contribuir com essa minha personalidade forte que tenho, mas não mereces que eu dirija-lhe a palavra, vamos deixar assim, um silêncio e um sorriso meu no ar, aquele que diz sem precisar de palavras: tua inveja só me fortaleceu.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

E lá vem o... Artur!


Mais uma vez, Deus irá nos presentear com um anjinho. Um príncipe que trará muitas alegrias a nossas vidas.
Já estamos ansiosos por sua chegada. Ficamos imaginando com quer será parecido, embora eu tenha certeza de que vai ser a cara do papai Edivan, assim como a mana Duda. Que tenha sempre um sorriso no rosto, como a mamãe Samanta, que seja esperto, saudável e feliz. Já te amamos, mesmo sem ter olhado nos teus olhinhos,imagina então quando te pegarmos no cólo e sentir teu cheirinho?!
Sua chegada será a realização de um sonho, irá completar uma família linda, que busca pela felicidade e neste momento está sendo presenteada por Deus.
Nesta vida, não podemos deixar espaço para tristezas, temos que valorizar tudo que há de bom e aproveitar cada momento. A chegada do Arturzinho é o início de um novo tempo. Com ele vão nascer novos sonhos, novas expectativas, novos motivos para busca de uma vida melhor e cada vez mais feliz.
Com as crianças a gente volta a ser criança, a gente aprende até mesmo com a inocência dos pequenos. As vezes, enxergar o mundo com os olhinhos deles até é bom, assim enxergamos um mundo sem maldade, fácil e cheio de coisas divertidas!
E a vida é assim, cheia de coisas boas para se experimentar e viver.
Tenho certeza, que onde que que esteja, o vovô Valdocir está muito feliz e orguhoso em saber que terá um casal de netos lindos e abençoados, e por estar mais pertinho de Deus guia nossso passos e ilumina nossos caminhos.
Todos estamos anciosos com tua chegada pequeno! Papai, Mamãe, Mana, Avós, Tios, Tias Primos, Primas, Amigos... Venha forte e com saúde! Traga paz e sabedoria para nossas vidas! Chegue logo com seu sorrisinho sapeca pra deixar as nossas vidas mais completas!

Parabéns aos Papais: Samanta e Edivan e a Maninha Eduarda.

Da prima babona: Camilla.

sábado, 16 de julho de 2011

Tua

Um dia antes de casarmos escrevi pra ti. O intuito era deixar claro que eu estava certa do "sim".
Hoje, quero agradecer-te, por complementar a minha vida. Pois continuo sendo eu mesma, só que mais forte. Continuo vivendo minha vida, só que na melhor cia. Continuo seguindo meu caminho, só que de mãos dadas.
Obrigada Edson Luis Seibert Junior.

"Oi amor, não sei se você esta feliz com tudo isso, mas não adianta, jamais conseguiria viver longe de você. Espero que eu consiga te fazer feliz, além de ser tua mulher quero ser tua amiga, tua companheira, que a gente possa aproveitar cada minutinho de nossa vida.
Prometo te acordar com beijos todos os dias...
Levar café na cama nos domingos...
Dormir bem abraçadinhos no inverno...
Que a gente se ame acima de tudo.
Que a gente se respeite antes de qualquer coisa.
Que você sinta saudade de mim todos os dias...
Que a gente se apaixone cada vez mais um pelo outro.
Não tenha dúvidas de que a gente vai brigar e discutir muito, mas que a gente saiba conversar e não jogar fora essa nossa história que já vai completar cinco anos e eu espero que dure eternamente.
Quero estar sempre do teu lado amor, que você me ame como eu te amo.
'O amor não é eterno, eterna é a capacidade de amar', então que sejamos capazes de nos amarmos por um tempo chamado 'PARA SEMPRE'.
Um beijo da sua amiga, namorada, noiva, companheira e a partir de amanhã esposa:
Camilla, 13/12/2007."



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Como tudo começou - Final!

Ainda pude ouvir alguns tiros, mas uma dor muito forte deixou-me inconsciente.
Meu "herói" tomou-me nos braços e colocou-me no carro.
- Acorde moça. - Ele sussurrou em meu ouvido.
Fui abrindo os olhos devagar, sentia os ombros doloridos e extremo cansaço. Eu estava no hospital, e ao meu lado, segurando a minha mão, estava ele. Percebi que sorriu quando lhe dirigi o olhar.
- Os médicos fizeram um curativo no seu braço, já posso levá-la pra casa com segurança, como prometi.
Será que era um sonho? Que homem lindo! Que sorriso apaixonante. - pensei.
Importava-se comigo como se já me conhecesse há anos.
Antes que eu pudesse responder, a enfermeira entrou na sala para ajudar-me a vestir o casaco.
- Está muito apaixonado seu namorado, não saiu de perto de você o tempo todo, aguardando você acordar. - contou-me a enfermeira.
Eu apenas sorri, sem palavras.

Ao descobrirem que eu estava trabalhando como secretária do Sr. Borba, um dos empresários mais influentes da cidade, aquele homem e mais dois indivíduos resolveram sequestrar-me, afim de tirar algum dinheiro do bolso do meu chefe bem sucedido. Já haviam iniciado com telefonemas para o meu trabalho, para negociação do resgate, mas a polícia foi acionada pela empresa e agiu com sucesso quando obteve as informações de onde eu estava através homem que foi salvar-me. No meio do tiroteio, em que levei um tiro de raspão no braço direito, a polícia rendeu e levou-os presos.
Meu chefe não ficou sabendo que eu chegaria atrasada naquele dia. E acho que mesmo que soubesse ele ainda assim teria me efetivado, transferido-me para o escritório do centro da cidade, ganhando o triplo do que ganhava, pois tenho a leve impressão de que ele sentiu-se um tanto culpado por tudo que aconteceu...
Naquele dia eu cheguei acompanhada em casa, minha mãe encheu-me de perguntas ao me ver naquele estado. Sorte que ninguém conseguiu o telefone dela para avisar, pois teria ficado muito nervosa. Vendo-me bem, em sua frente, era mais fácil de contar o que aconteceu.
Achei que ganharia apenas uma carona até minha casa, mas meu "herói" desceu do carro comigo e ainda ajudou-me a detalhar os fatos para minha mãe.
Em poucas palavras, fizemos um breve resumo, minha mãe, perplexa colocou a mão no peito e agradeceu a Deus por estar tudo bem, saiu para preparar um café.
Enfim, tive a oportunidade de olhar-lhe diretamente nos olhos, aqueles olhos verdes que já me olhavam com carinho.
- Obrigada. - Juro, a vontade que eu tinha era de abracá-lo, não só por agradecimento, mas por me sentir tão segura, como se tivesse encontrado um pedaço que faltava.
Ele me abraçou.
Não foi forte, devido o cuidado como braço machucado, mas foi protetor, foi carinhoso.
- Eu não costumo fazer esse tipo de coisa, sabia? Dificilmente largaria meu trabalho para "salvar" alguém que pede ajuda a um desconhecido e não à polícia.
- Quando penso no que aconteceu, nossa! Parece um pesadelo. Cada coisa, cada detalhe, parece que foi planejado.
- Quem sabe foi...

Hoje, penso que quando é para o caminho de duas pessoas se cruzarem, as coisas mais inusitadas acontecem para que ocorra o encontro.
Já ouvi de minhas amigas diversas histórias de como conheceram seus maridos, noivos e namorados, mas quando conto como conheci o meu, todas ficam boquiabertas.
Depois que nos conhecemos, ele ligava-me todos os dias para ver como eu estava. O primeiro encontrou foi na primeira semana. Um café com a família dele, o pretexto era que todos queriam conhecer a moça que ele salvou.
Passamos a saciar a vontade de nos vermos quase todos os dias e no lugar de abraços apertados, eram beijos apaixonados e tudo foi se encaixando de uma forma tão bonita, tão perfeita que parecia sonho.
- Um dia antes de te conhecer, eu pedi para Deus colocar alguém especial no meu caminho. Que complementasse a minha vida. No início do dia seguinte, sua ligação, sua voz doce. Na mesma hora lembrei-me do meu pedido. - Foi a introdução do pedido de casamento que recebi nesta noite.
De tudo que aconteceu é possível tirar duas coisas:
A primeira é que temos sempre que ter muita calma, pois nada é tão ruim que não possa ficar pior! Afinal eu estava atrasada e ainda consegui ser sequestrada ao mesmo tempo...
A segunda e mais importante, mesmo nos momentos mais difíceis, acredite que tudo pode dar certo, confie em Deus. As vezes coisas ruins acontecem para trazer coisas maravilhosas para nossas vidas, no meu caso, por exemplo, além de um salto na vida profissional, ganhei um herói, um amigo e agora um companheiro para vida toda.
E tudo se tira uma experiência, um aprendizado, pois nada é em vão, tudo acontece por algum motivo.



Obrigada a todos que acompanharam! cometem! Beijos! Boa noite...








segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cassiano Madrid

- Peterrrrrrrrrrr! - Eu gritava, fingindo que iria cair do sofá de costas no chão, e aquele toco de gente, com o cabelo bem crespinho, vinha correndo e fazia a maior força pra me salvar.

E assim a gente Brincava.
Houveram épocas em que a gente brigava um pouco, é que eu não gostava porque ele dizia que o pai deixaria ele fazer tudo que ele quisesse, e era verdade!

Também fiquei com ciúmes quando o pai começou a fazer farafafum* nele também, mas na verdade nós três, Kellen, Camilla e Cassiano sempre tivemos tudo igual, qualquer coisa que a gente achasse que o outro tinha ganhado a mais, pode ter certeza de que estávamos errados.
Mas o Mano era nosso bebê, e hoje já tá mais alto do que todos!
Uma vez, eu e a Laís ficamos apavoradas. Ele cavou um buraco na terra, colocou água dentro e entrou com mamadeira e tudo! Era pura lama, e ele pulava e sapateava bem faceiro.
Ele andava com um cinto na cintura e ali pendurava todo tipo de ferramenta e coisas que encontrava, pois ele era o "homem da luz".
Me impressiono muito, pois ele sempre foi muito parecido comigo. Fazia-me perguntas que eram as mesmas dúvidas que eu tinha quando era pequena.
Menos essa:
-Camilla, o que significa ambos?
- É quando a gente quer se referir a dois homens. - Expliquei e logo citei um pequeno exemplo.
- Ah! E quando é um homem e uma mulher a gente diz "amboas"?
Nossa! Eu ri muito aquele dia.
Mas ele tem o coração móle como o meu. Escreve super bem, só é preguiçoso. Como todos da família, é caçapavano, mas só de coração, porque ama nossa terrinha.
Pra ele eu não tenho vergonha de contar as minhas besteiras. Ele ri comigo, me entende, me ajuda, me cuida.
Teve um dia que eu tava muito mal, ele segurou na minha mão e disse:
- Não chora, o mano tá aqui. - Bah, ai que eu desabei, coisa amada, ele te abraça tão carinhoso, ele é amigão.
Já disse pra ele que tá perdendo dinheiro, é um comediante nato, engraçado, piadista, impossível não rir!
Bondoso, ama e valoriza a nossa família, mas também como não amar, que família mais maravilhosa e perfeita que temos né mano?
As histórias da nossa infância dariam um livro de comédia.
E não há palavras no mundo para explicar o que esse cara significa pra mim.
É mais do que irmão, ele é meu amigo.
Sei segredos dele, que ele não conta pra mas ninguém.
Ele me alegra, me enche de orgulho. Porque a cada dia vejo que está crescendo (e muito!), se tornando uma pessoa de caráter. Vejo que é rodeado de amigos, de pessoas que gostam dele.
É colorado, bem humorado, sempre me elogia e tem de mim o que quer, porque pra ele eu faço tudo que posso.
Mano, eu sempre vou estar do teu lado, na tua caminhada, te ouvindo, rindo contigo, aprendendo, vivendo.
Tu que está ai mais pertinho, cuida dos nossos véinhos, as nossas joinhas que são nosso exemplo, nossa vida.
Continua sendo esse bobão, esse piadista que quando é pra falar sério é homem, e homem de palavra.
Vem mais vezes aqui jantar comigo, e depois posta no twitter que a tua mana é a melhor cozinheira! Me mima, me cuida, me deixa contente com tua presença na minha vida.
Catana, agora já maior de idade. Acima de qualquer coisa, tenha sempre os teus valores, seja justo com você e com os outros.
Seja feliz, faça quem você ama feliz.
Aproveite cada minutinho dessa vida passageira, tenha muito sucesso, muita saúde e Deus no coração.


Tua mana e amiga vai estar sempre torcendo por ti e quando você precisar nem pense em me chamar, chame sem pensar!


Te amo, sou tua fã, tenho muito orgulho de ti!


Feliz maioridade!



*Farafafum: Inventado pelo meu Pai Joel, farafafum é um ato carinhoso de deitar a criança no cólo e fingir que ela é uma gaita, fazendo-a morrer de rir de cosquinha enquanto canta:
- Farafafum, inha, inha, inha, farafarum, fum, fum, fum... é algo contagiante que me fazia pedir pro pai, que chegava todos os dias do trabalho cansado:
- Pai, faz farafafum!
rsrsrsrs

Como tudo começou - Parte III

Levantei uma pedra que percebi estar solta no chão, devido ao cimento velho e gasto. Escondi o celular ali, para que não houvesse perigo de o homem perceber que alguém já sabia onde eu estava. Só ouvi o barulho do plástico quebrando-se quando soltei a pedra pesada. Minha irmã compraria outro celular, já eu não teria outra chance de viver.
Cada segundo que passava mais parecia uma hora. Meu estômago roncava ainda mais desesperado, e ao mesmo tempo o cheiro de esgoto que estrava pela janela embrulhava-o. Eu não tinha muita noção do tempo que já havia passado, mas acho que já haviam passado-se umas três horas. Quando eu estava pensando em uma desculpa pelo meu atraso, até pensei em inventar um assalto, agora não sei se eu não estava era prevendo o que ia acontecer. No final das contas nem precisaria dizer que eu estava saindo atrasada... assim não perderia pontos com o chefe!
Um outro tiro fez-me voltar de meus pensamentos.
- Será que estão atirando no cara que vem ajudar-me? - pensei- Droga! Além de estar com minha vida em risco, coloquei também a vida de quem não tem culpa de nada!
Mais um tempo passou-se e nada mais ouvi. Se tivessem pedindo resgate à minha família eu estaria perdida... e minha mãe deveria estar muito mais nervosa do que eu.
Naquele momento eu pensei em tanta coisa, na minha família, nos meus amigos. Rezei muito para que Deus desse-me mais uma oportunidade de vê-los, de abraçá-los, de dizer a eles o quanto eram importantes para mim. Pois na correria do dia-a-dia a gente deixa de falar como se ficasse subentendido, mas eu vi o quanto seria importante ter dito, ter dado a certeza do que eu sentia, do quanto eu era feliz por tê-los em minha vida.
Naquele momento eu chorei. Lembrava de todos os meus sonhos não realizados, de todas as promessas ainda não cumpridas.
Dos jantares em família, das boas risadas entre amigos.
Chorei pensando que nunca experimentaria o gosto de ter a minha própria família. De pensar que nunca ia saber o que era ser esposa, mãe.
Como é fácil julgar que sempre teremos tempo de fazer as coisas. E os lugares que não conhecei? E a história de amor que não vivi?
E a dor que eu causaria a meus pais, e a falta que faria para minha irmã.
- Ó Deus, proteja-me, esteja ao meu lado neste momento. - eu rezava baixinho.
- Fique em silêncio. Eu vou tirá-la dai. - Eu ouvi aquela doce voz, mas não tinha coragem para olhar. Naquele momento percebi que não estava mais sozinha. Um rapaz olhava-me pela janela, temendo que alguém o visse ali.
- Obrigada por acreditar, obrigada por vir. - Sussurrei. As lágrimas foram automáticas.
Com duas marretadas ele arrancou uns oito tijolos, abrindo espaço suficiente para que passasse.
- Os caras estão muito ocupados com um rolo que eu armei lá no portão, uns amigos meus vão despistá-los, venha comigo.
Cuidado-se ele ajudou-me a sair e como viu que eu tremia muito, abraçou-me forte contra seu peito, e me senti segura e sem medo. Pediu-me para que seguisse em silêncio, e assim saímos agachados próximo às paredes. Quando estávamos entrando em um carro que nos aguardava com as portas abertas, vi que dois homens corriam atrás de nós...

Amanhã tem a parte final!
Beijos





segunda-feira, 4 de julho de 2011

Conversa


Camilla - Amor, vamos dormir?
Xinês - Não tô com sono, vou jogar um play.
Camilla - Ah, mas antes tem que me fazer dormir, não consigo dormir sem você.
Xinês - Mas se a gente se separasse, como você ia dormir?
Camilla - A gente nunca vai se separar, fomos feitos um pro outro. (rsrsrrsrs)
Xinês - Coisa boa, né?

É amor, é a melhor coisa do mundo!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Como tudo começou - Parte II

É, se não fosse trágica, minha frase seria cômica, mas agora já era tarde, o homem estava no meu carro, pediu apenas para que eu continuasse dirigindo, mais nada. Eu, apavorada, já nem sabia mais o que pensar, o que me consolava era pensar que seu tivesse fugido poderia ter levado uma bala na nuca, mas eu estava viva, talvez tivesse alguma chance.
O que ele poderia querer comigo? Um homem bem vestido, eu pude ver com o canto dos olhos, será que é um assalto? Mas porque ainda não pediu-me dinheiro,não mandou-me descer do carro?
- Você conhece o antigo pavilhão onde funcionava aquela empresa de produtos automotivos? - perguntou ele com sua voz grave e firme.
- Sssim. - respondi com um fio de voz.
- É pra lá que eu quero que você vá agora e mais rápido.
Eu obedeci àquela ordem, e depois daquele momento o meu nervosismo tornou-se medo e comecei a imaginar as coisas horríveis que ele poderia tentar fazer comigo. Minhas mãos estavam tão geladas que eu mal conseguia sentir a direção do carro. Rezei em pensamento, nunca senti tanto medo em minha vida.
Chegando lá, parei o carro no portão, que logo se abriu sem que o homem apertasse um único botão, havia mais gente naquele lugar.
Seria um sequestro? Mas o que iriam querer com alguém que mal tem dinheiro para pagar a faculdade? Eu não encontrava uma resposta. Parei o carro onde ele mandou, desceu, bateu a porta e com frieza também puxou-me para fora. Aquele lugar parecia deserto, uma escuridão imensa tomava conta de tudo, mas ele sabia exatamente o caminho. Com um chute ele abriu uma porta e empurrou-me para dentro com toda força. Era uma sala pequena, escura, tinha apenas uma janelinha com menos de quinze centímetros de diâmetro.
- Não grite e não tente fazer nada e você sai viva, do contrário, se a polícia se meter no meio eu estouro sua testa com um só tiro, sem dó nem piedade. - Falou ele olhando seriamente no meu olho. Logo bateu a porta e eu pude ouvir o cadeado sendo fechado.
Estiquei-me na ponta dos pés, e pela janela apenas avistei um muro preto, enorme, que deixava o lugar ainda mais assustador. Ouvi uns tiros, que pareciam ser bem perto, sentei-me no chão e não consegui segurar as lágrimas que insistiam em cair. Eu sabia onde estava,mas ao mesmo tempo parecia estar do outro lado do mundo, onde ninguém poderia escutar-me.
Um vento frio entrou pela pequena janela, procurando aquecer-me, coloquei as mãos no bolso do casaco, senti algo gelado e tão leve, quase imperceptível, puxei tão rápido que quase rasguei o tecido úmido. Era o telefone celular da minha irmã. Lembrei rapidamente da minha mãe falando que havia colocado no bolso do meu casaco, pois minha irmã iria buscá-lo no meu serviço.
Minha mãe, sempre protetora, conseguiu salvar-me até mesmo sem estar por perto.
Não havia nenhum número salvo na lista de contatos, possivelmente era um chip novo que minha irmã havia colocado, e naquele momento não consegui lembrar-me de um único número de um parente, um amigo, qualquer pessoa próxima que pudesse ajudar-me. Com medo de que o homem voltasse eu disquei os oito primeiros números que vieram na minha cabeça, iniciando com os números dos telefones da minha cidade.
-Pronto? - respondeu uma voz grave e muito gentil.
- Me ajude! - eu implorei já chorando.
- Como? Quem está falando? - perguntou ele, achando que era uma brincadeira.
- Por favor não desligue. - Um homem armado parou-me na sinaleira, entrou no meu carro, e agora estou trancada numa salinha no antigo pavilhão daquela antiga empresa automotiva, sabe onde fica?
- Moça, acho que você deve ligar para a polícia, ou os bombeiros, eu...
- Moço, você não entendeu, nem eu acredito que achei esse celular no meu bolso e estou conseguindo pedir ajuda. É sério, talvez esse cara entre aqui de novo e cumpra a promessa que fez de dar um tiro na minha cabeça - eu me calei esperando uma resposta, ele ficou em silêncio também. Com medo de que ele desligasse continuei:
- Ele deixou claro que não quer a polícia metida nisso, você é o único que pode ajudar-me de alguma forma. Por favor, tire-me daqui...
- Fique calma, eu vou ajudar você. Mesmo que eu chegue ai e você ria da minha cara dizendo que cai na sua pegadinha, pelo menos não ficarei com a consciência pesada de não ter ajudado alguém desesperada como você parece estar...
- Eu juro pelo que mais amo que isso é verdade, você vai ver.- disse aos prantos.
-Não chore, eu vou tirar você dai.
- Ei! - Eu gritei antes que desligasse.
-Sim?
- Obrigada!
Desliguei o telefone dois segundos antes de acabar a bateria, eu acordei com pressa e acho que sem querer coloquei o pé esquerdo primeiro no chão...

Em breve tem a parte III!
Boa noite!