quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Instinto


Há dez meses atrás, quando eu havia terminado de fazer a última parte da prova do Enem, passei pelo centro de Gravataí, e antes de ir para casa, dei uma passadinha no Quiosque, onde neste dia a Paz e Amor Bichos estava fazendo uma feirinha de doação de animais. Eis que lá estava a Mimi, esperando-me, dentro da gaiolinha, com um olharzinho meio triste...

Eu disse: "é essa aqui que eu quero!" e, após assinar o termo de adoção, fui para casa bem faceira.
Quando o Edson chegou, eu disse: "Amor, dá uma olhadinha na poltrona da sala."

A primeira frase dele foi:
"- Ah não Camilla!" e a segunda, em menos de dois segundos: "ó, que coisa mais fofinha!"
E foi amor a primeira vista.
Sim, e foi assim todos que chegaram lá em casa, e ela conquistou com sua simpátia. Quando queria brincar, ela buscava sua tartaruga de pelúcia, e quem acompanhou estes momentos bem sabe que não minto ao dizer que era muito engraçado ver ela brincando, pois ela subia onde fosse preciso para socorrer a tartaruguinha!

Ela atende pelo nome, na verdade, pelo apelido, "Mimi", pois seu nome de batismo é um pouco extenso: "Mijoleta"!
Diferente dos demais gatos, nos dias de chuva ela também vai nos encontrar no portão da casa.
É muito bom ter a companhia dela, mesmo que emita poucos ruídos, me sinto feliz quando ela simplesmente vem e para do meu lado me observando.
Há dois meses ela descobriu as coisas boas da vida... E tornou-se a gestante da casa.
Montei uma "caixa de parto", conforme li em um site. Sim, eu me preocupei em saber como deveria proceder!
A barriga dela estava tão grande, que durante a semana que passou, todos os dias eu dizia pro Edson: "Acho que é hoje que vai nascer!"
Mas foi essa noite. 29 de setembro, e adivinha qual foi o local que ela escolheu para ter os filhotes? Justamente na caixinha de parto que eu havia escondido no quartinho, em um lugar que ela não costumava ficar.

Que ótimo, assim pude acompanhar parte dos nascimentos e ver o quanto ela estava sendo mãesona.
Tudo ocorreu conforme eu já havia lido, como se a Mimi também estivesse com um manual, afinal era sua primeira cria.
Ela não ficou braba, gostou de receber meus carinhos, e sintiu-se segura mesmo quando ajudei a acomodar os pequenos.

Impossível descrever toda essa cena de amor e não comparar com aquelas mãe que abandonam ou maltratam seus filhos. Se é que podemos chamá-las de mães.
O Instinto animal é algo muito impressionante. Mimi parecia seguir regras, parece estar atenta ao relógio para não deixar os filhotes com fome.
Hoje, a tarde estava quente, ela deitou um pouco no piso da cozinha, que estava mais fresquinho. Deitou exatamente de frente para porta do quartinho onde estão os filhotes. Olhinhos atentos a todos os movimentos e barulhos. É uma aptidão nata, o dom de ser mãe.
Tão bom presenciar estes momentos, sei que é algo simples e cotidiano. Mas penso que de tudo temos que tirar um aprendizado e algo de bom. E ver um bichinho que a gente aprendeu a gostar, que nunca me deixou sentir sozinha, tendo essa atitude de amor, como se soubesse exatamente o que e como fazer, é muito bonito.
Pois se nós que somos racionais, pensamos e repesamos no que fazer e falar, muitas vezes erramos. De repente se agirmos com mais naturalidade, com justiça e porque não com o coração, teríamos uma vida mais sabia e feliz.

Um comentário:

  1. É verdade,esses momentos não tem preço...
    E não tem como não se apegar a esses bichinhos tão sinceros.

    Bjs

    ResponderExcluir

Poste seu comentário de deixe seu nome! Obrigadão!